Enquanto o brasileiro pulava Carnaval, o Senado conspirava nos bastidores, aprovando a escala 4×3 para servidores e aumentando gastos públicos, garantindo folgas e indenizações enquanto a população enfrenta dificuldades.
Enquanto milhões de brasileiros estavam no meio da folia de Carnaval, o Senado Federal, de maneira quase silenciosa, aprovou no dia 28 de fevereiro a medida que institui a escala 4×3 para seus servidores. A medida permite que, a cada três dias trabalhados, os servidores do Senado tenham um dia de folga, ou, caso optem, possam converter essas folgas em indenização financeira. Esse tipo de regalia, que mais uma vez beneficia uma pequena parte da população, agrava a já crítica situação das finanças públicas, colocando mais um peso nos ombros dos contribuintes.
Aumento dos gastos públicos em plena crise
A aprovação da escala 4×3 não é apenas uma simples mudança na jornada de trabalho dos servidores do Senado. Ela representa, na prática, mais um aumento significativo nos gastos públicos, especialmente quando se leva em conta o impacto financeiro da conversão das folgas em dinheiro. Esse tipo de medida não é apenas uma distorção das prioridades do governo, mas uma afronta àqueles que realmente sustentam o país: os trabalhadores que enfrentam uma carga horária de trabalho extenuante, sem a possibilidade de sequer pensar em regalias como essas.
Além disso, o Senado aprovou também um reajuste de 22,19% no auxílio-alimentação dos servidores, que passará a ser de R$ 1.784,42. Enquanto a população luta com a inflação crescente e a queda do poder de compra, os servidores do Senado seguem recebendo vantagens, em uma clara demonstração de privilégios em tempos de crise.
O contraste com a realidade do brasileiro
É importante destacar que essa decisão foi tomada no exato momento em que milhões de brasileiros enfrentam dificuldades financeiras, lidando com uma inflação galopante, o desemprego, e a falta de perspectivas. A classe política parece ignorar os reais desafios da população, que enfrenta o peso da falta de serviços públicos de qualidade, da segurança precária e da saúde deficitária. Enquanto isso, medidas como a do Senado apenas aumentam o fosso entre os políticos e os cidadãos comuns.
A escala 4×3 pode até parecer uma decisão isolada, mas ela reflete uma postura recorrente do Congresso, que aprova benefícios em seu próprio favor enquanto a população é chamada a pagar a conta. A medida ignora as dificuldades econômicas do Brasil e prioriza, mais uma vez, interesses de uma elite política que não compartilha dos mesmos desafios que o povo.
O impacto para o contribuinte
O aumento nos gastos públicos não é apenas um problema financeiro, mas um reflexo da falta de responsabilidade com o dinheiro do contribuinte. Afinal, quem paga por essa conta são os cidadãos, que já enfrentam um sistema público deficitário, com escolas e hospitais em situação precária e uma segurança pública falida. Enquanto isso, os senadores, ao garantir regalias e benefícios próprios, continuam blindados da realidade do povo.
Além disso, o aumento do auxílio-alimentação, em pleno contexto de crise, é mais um exemplo de uma classe política que parece viver em um mundo à parte, onde os problemas enfrentados pela população sequer chegam à agenda de debates.
Até quando o Brasil aguentará?
A aprovação da escala 4×3 e o reajuste do auxílio-alimentação apenas amplificam um problema estrutural que o Brasil enfrenta: a desconexão entre as necessidades reais da população e as ações do governo. O Senado, ao aprovar essas medidas, contribui para a perpetuação de um sistema desigual, onde os privilégios dos políticos estão acima das necessidades da sociedade.
O cidadão brasileiro não é mais capaz de tolerar tamanha hipocrisia. O povo está cansado de ver os recursos públicos sendo usados para alimentar os privilégios de uma elite política, enquanto o país enfrenta uma das maiores crises econômicas de sua história. A cada decisão como essa, a confiança na classe política vai se deteriorando, e a cobrança por mudanças se torna mais urgente.
É hora de os políticos se conscientizarem de que não podem mais agir em benefício próprio à custa do povo. Até quando o Brasil suportará essa disparidade?